Um pouco mais de Budismo
Querido leitor, a cada semana estarei atualizando algumas informações esclarecedoras sobre o Budismo. Aqui vai a de hoje –
O Budismo Mahayana indiano é notável por ter levado o conceito de bodhisattva Á linha de frente de sua doutrina e de sua prática. Por isso, o bodhisattva era fundamental ao Budismo que foi transmitido ao Tibete no século sete da Era Cristã. No entanto, a figura do bodhisattva não é exclusiva do Mahayana e, em todas as tradições, todos os Buddhas teriam tido um passado como bodhisattva. Nos relatos tradicionais não-Mahayana, é depois de entrar em contato com um Biddha que o adepto se compromete a aderir ao modo de vida boddhisattva. Nas histórias Jataka (“Nascimento”), contos populares sobre as vidas passadas de Shakyamuni, o Buddha da era presente, relatam que ele fez um voto de bodhisattva numa vida passada, quando encontrou um Buddha de uma era anterior, Dipankara.
Quem se entrega à luta, longa e difícil, de se tornar um Buddha, é motivado pela compaixão universal (karuna) – pela vontade altruísta de ajudar os seres a se libertar do sofrimento (duhkha) que assola todas as criaturas sencientes. Na visão dos primeiros pensadores Mahayana, isso tornava o caminho do bodhisattva superior ao caminho do “arahat” (“o meritório”), do ponto de vista ético e moral. Desse ponto de vista, o “arahat”, embora tivesse grande percepção e compreensão (prajnya), preocupava-se unicamente com a própria libertação. (Cabe observar que o alvo original dessa crítica Mahayana era, provavelmente, uma escola chamada Sarvastivada, que não existe mai , e que os mahayanistas chamavam pejorativamente de “Hinayana” (“Veículo menor”). O uso do termo Hinayana para se referir à moderna escola Theravada de Sri Lanka e do sudeste da Ásia é, portanto, incorreto e até ofensivo, baseado unicamente no fato de que Theravada é a única escola não-Mahayana que ainda existe. A Theravada enfatiza a compaixão por todos os seres vivos, não menos do que a Mahayana).
O comprometimento com a condição de bodhisattva, na visão Mahayana, envolvia uma devoção ao bem-estar de toda a comunidade jumana e das outras criaturas vivas. Assim, de certo modo, a perspectiva Mahayana era de redençãoo universal, uma idéia poderorsa que contribuiu para a Mahayana se tornar uma potência no Budhismo do Tibete e da Ásia oriental.
O futuro bodhisattva tem que cultivar a bodhichitta, ou “mente do despertar”, que assume duas formas: o compromisso de atingir o despertar ou a realização efetiva da jornada, levado pelo altruísmo com relação a todos os seres. (este tema continuarei no artigo seguinte).
O bodhisattva faz o voto de praticar as seis ou dez perfeições, ou paramitas (também haverá explicação). Ao fazer isso, ele está se esforçando para ser um verdadeiro recurso para os outros…….
(extraído do livro OLIVRO TIBETANO DA VIDA E DA MORTE E DO RENASCIMENTO de John Peacock)