ASTROLOGIA COMO CAMINHO PARA AUTO- CURA
A Astrologia é uma ciência milenar, que acabou sendo confundida com outras formas de previsão, mais voltadas ao misticismo.
Hoje, há uma confusão a respeito do sentido e utilidade da astrologia. Encontramos diversos anúncios de tarólogos, videntes e pais de santo, com a chamada como “Astrólogos”.
Não desmerecendo cada uma das artes “advinhatórias”, é importante esclarecer o que é, realmente a astrologia, e para que ela serve.
Eu chamo a astrologia de “linguagem” pois ela se apresenta em forma de códigos e símbolos. O que o astrólogo faz é decodificar, traduzir tais símbolos, na intenção de esclarecer o indivíduo sobre determinado modelo de comportamento que ele carrega. Esta interpretação elucidará a pessoa a respeito de certos aspectos de sua personalidade que a induzem a repetir alguns tipos de atitude. Quando essa energia é bem utilizada, certamente a pessoa terá sucesso em sua missão. Caso contrário, a probabilidade é que ela acabe por repetir as mesmas histórias de frustração.
O termo Astrologia deriva das palavras gregas astron, astro, e logos, palavra, razão e cômputo. Suas origens e desenvolvimento no passado distante não são conhecidas. Ela se confunde com as origens da civilização. Mas seguramente foram as necessidades de ordem prática como a de marcar o tempo e reconhecer a ordem geral dos movimentos celestes para poder prevê-los, que fez com que em todos os povos da antiguidade possamos encontrar estes conhecimentos. É preciso observar que todos os sistemas primitivos do Universo eram ao mesmo tempo astrológicos e astronômicos. A observação do Céu tinha como objetivo a interpretação.
A Astrologia floresceu no Egito e na Mesopotâmia, (entre os rios Tigre e Eufrates) onde habitavam os sumérios, acádios e caldeus e é fato insofismável que para estes povos o Sol, a Lua e os planetas eram deuses que tinham influência sobre a vida na terra. As provas mais antigas da existência da Astrologia são os fragmentos de um relicário de um templo egípcio de 4000 a.C, descoberto pela expedição do arqueólogo francês Frank Goddio em 1999 e as tabuas de argila descobertas no séc XIX nas escavações nas cidades de Ninive (25.000) e Nippur (50.000) que já mostram a Astrologia bastante desenvolvida. O conhecimento, dos movimentos do Sol e da Lua levou a confecção dos primeiros calendários, ao planejamento de plantios e colheitas e à previsão do tempo.
No Egito a primeira cronologia de 3000 a.C, estabeleceu o ano de 360 dias determinado pelo retorno do nascer helíaco de Sothis (Sirius) observada em Heliopolis. Os meses de 30 dias eram divididos em três períodos de dez dias (os decanatos, que mais tarde foram incorporados na Astrologia grega). Poucas observações diretas do céu..
No Egito faraônico, a crença era no destino inelutável. Contava-se que ao lado de Maât e de Isis, haviam as Hathor, sete sacerdotisas que na presença de um deus escriba, anunciavam ao recém nascido seu destino, mas este anúncio só era feito para os privilegiados, reis ou sacerdotes. O conhecimento astrológico era ensinado apenas nos templos. Os sacerdotes especialistas, inicialmente encarregados de medir o tempo, tornaram-se depois astrólogos do Estado.
Entretanto foi a escrita cuneiforme dos povos da Mesopotâmia e a conservação dos documentos mais diversos de fatos de todos os tipos, inclusive os que se relacionavam ao céu, que possibilitou a comprovação do desenvolvimento da extraordinária tradição de observação desses povos. Registravam mês a mês, ano a ano e século a século tudo o que observavam e sabiam. As fases da Lua e a evolução do Sol através das constelações, também identificaram o movimento dos cinco planetas visíveis a olho nú – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno através do zodíaco e determinaram seus períodos de revolução com exatidão. Até os eclipses foram observados em sua regularidade de 18 anos e 10 ou 11 dias (o ciclo de Saros ).
Na Babilônia já aparecem os simbolismos utilizados pela Astrologia até hoje. O deus lunar Sin reinava sobre a vegetação, os meses, os anos, os dias e o destino dos homens. O deus solar Shamash era o senhor da vida e da justiça; Ishtar deusa do amor, correspondia a Vênus. Júpiter era o criador Marduk, deus protetor da Babilônia. Seu filho e companheiro Nabu foi identificado como Mercúrio: o que segura o estilete das tabuinhas do destino, o deus das ciências. Marte era Nergal, deus dos infernos e das armas, arauto de infelicidade, com seu inquietante brilho vermelho. Saturno, cuja evolução lenta foi notada, era assimilado a um velho Sol fatigador, Ninib, o estável, astro da justiça e da ordem.
Na Babilônia não se acreditava em um destino inelutável. Através do Sol, da Lua, dos eclipses e cometas, eram feitas as predições mais variadas. Uma coleção de tabuinhas encontrada, abrangia acontecimentos em larga escala tais como a morte do rei, epidemias, fome, qualidade das colheitas, invasão de territórios, chuvas, etc…Nas 4.000 tabuinhas da coleção do Rei Assurbanipal (669-626 a.C.) os presságios eram estudados sem que se possa compreender quais eram os métodos utilizados. Os perigos podiam ser afastados com sacrifícios ou ritos.
Os primeiros calendários mesopotâmicos foram estabelecidos conciliando os dias, as lunações e os anos. O ano tinha 12 meses e começava na primavera. O dia foi dividido em doze partes iguais de uma hora dupla, dividida em sessenta minutos duplos, segundo o cálculo sexagesimal adotado pela primeira vez aqui e que se imporia por toda a parte .
O circulo graduado dividia-se em 12 partes iguais e o primeiro zodiaco (do grego zodion=figura) descoberto, data de 419 a.C. (tabuinha de Cambises) e seu ponto de partida era a estrela Sirius e não o ponto equinocial vernal (vernal=da primavera) de nossos dias.
APARECIMENTO DA ASTROLOGIA INDIVIDUAL
Há séculos consagrada aos acontecimentos gerais e públicos, o desenvolvimento da Astrologia em direção ao indivíduo situou-se ainda na Mesopotâmia. O “horóscopo” (do grego horoskopos = marca da hora) mais antigo é da Babilônia, 410 a.C. Nesta ocasião parte integrante do império arquimênida, a Babilônia não deixou mais de ser dominada por estrangeiros, Pérsia, Grécia, Partia e Roma se sucederam. Parece que foi sob o domínio dos persas que a religião se modificou na Babilônia e, menos baseada na repetição de ciclos naturais impessoais, tendeu a enfatizar o caráter único da existência de cada um e com ele a influência preponderante da configuração do céu na hora do nascimento. Uma série de “horóscopos” em tabuas de argila precedeu os primeiros horóscopos gregos, em papiro, encontrados no Egito em 10 a.C.
Nesses textos estão descritas as posições dos planetas no zodíaco e no horizonte, (que corresponde ao que é designado Ascendente) que já desempenhava papel importante, pois o astro que nascia aparece em relevo. As predições são precisas e surgem os primeiros esboços de uma tipologia mesclada às predições fundamentais: “os acontecimentos lhe serão favoráveis, ele será forte”. Então os babilônios já estabeleciam métodos de análise de nascimentos individuais antes dos gregos. Os mapas da astrologia ocidental já aparecem, embora sob forma ainda rudimentar, mas já reconhecível.
Com o declínio da Babilônia (a última tabuinha data de 70 a.C) ocorreu a difusão da Astrologia no mundo Mediterrâneo.
NA GRÉCIA
O inegável desenvolvimento das ciências na Grécia antiga proporcionou um renascimento da tradição secular da Astrologia da Mesopotâmia e Egito.
Tradicionalmente, a introdução da Astrologia na Grécia, ocorreu após a conquista da Mesopotâmia por Alexandre o Grande (331 a.C.). Berose, sacerdote caldeu, astrólogo e historiador, foi enviado à Grécia (330 a.C.) e fundou em Cós uma escola de Astrologia. Entretanto o desenvolvimento da Astrologia na Grécia ocorreu porque o terreno já estava preparado.
Dentre a maioria dos filósofos gregos era firme a crença na influencia dos astros e seus movimentos sobre o destino dos homens, começando por Pitágoras (582 a.C), Empédocles, Aristóteles, Hipocrates e Platão. Filipe de Oponte, discípulo de Platão, foi quem atribuiu os nomes dos deuses do Olimpio aos planetas, afirmando que eles pertenciam às divindades.
O dogma fundamental da Astrologia grega é um principio presente até hoje: A interação constante entre o Céu e a Terra.
Os gregos dedicaram-se a fazer horóscopos para todos os homens, promovendo a disseminação da Astrologia individual.
Com a morte de Alexandre (323 a.C) seus generais dividiram o império entre si e propagaram o helenismo que evoluiu em contato com Macedônia, Egito e Siria promovendo o nascimento de uma civilização greco-oriental helenística. Nesta civilização o principal centro intelectual foi Alexandria, onde o horóscopo fundamentou-se em bases matemáticas. No século II a.C. a estrela fixa tomada como ponto de partida do zodíaco foi substituída pelo ponto vernal e assim se mantém até os dias de hoje.
No século II a.C. a semana em que cada dia é regido por um deus planetário já estava em vigor.
Nesta época os signos do zodíaco foram classificados em cardinas, fixos e mutáveis. As regências dos signos foram definidas e instauradas as casas, dividindo o movimento diurno do Sol em doze etapas à imagem do movimento anual no doze signos.
O conjunto dos conhecimentos astrológicos na Grécia foi sintetizado por Cláudio Ptolomeu, em 140 a.C. no TETRABIBLOS a “Bíblia”da Astrologia Ocidental, expondo toda a prática conhecida. Ptolomeu afirmou quanto à possibilidade de “julgar os humores e temperamentos dos homens por meio da qualidade do Céu”. Justificou também a previsão astrológica porque “fortalece o espírito de modo que a espera das coisas futuras se passa como se estas já estivessem presentes, preparação que nos permite recebê-las com serenidade”.
EM ROMA
A Astrologia fazia parte dos círculos de eruditos, abordada por Cícero (106 -43 a.C.), Virgílio, Ovídio e Horácio.
A Astrologia estava na moda como provam moedas, jóias e decorações murais evocando os signos individuais, e certos imperadores, como foi o caso dos Césares, tinham seus astrólogos.
Entretanto foi em Roma que a Astrologia encontrou seus primeiros adversários declarados. No reinado de Tibério começou em Roma uma longa historia de expulsões e regresso dos “caldeus”, nome dado aos astrólogos, devido à inclusão de charlatães, que utilizavam a credulidade geral em função da popularidade e além do mais o fatalismo astral, em moda, atraiu muitos adversários, esquecendo a influência dos astros sobre as características dos indivíduos.
Durante o reinado de Augusto, Manilius compôs seu “Astronomicon”, dedicado ao imperador, retomando o essencial das técnicas helenísticas. No reinado de Calígula viveu um dos astrólogos mais celebres de Roma: Doroteu de Sidon, que escreveu um tratado bastante citado, mas que se perdeu.
O INÍCIO DA ERA CRISTÃ
O povo judeu se opunha ao culto dos imperadores romanos e também resistia à Astrologia, porque o fatalismo astral da época contradizia os dogmas de redenção e onipotência divinas. Entretanto, um dos manuscritos do Mar Morto, (4Q 186) é claramente astrológico, mostrando a determinação do destino de um homem pela posição dos astros no dia de seu nascimento. E os Reis Magos em textos antigos eram designados como Astrólogos do Oriente.
Pela primeira vez em 381 d.C., o concílio de Laodicéia proibiu aos eclesiásticos o interesse pela Astrologia e esta interdição foi reiterada em dois concílios posteriores, o que mostra a dificuldade de eliminar a Astrologia dos costumes dos cristãos.
A partir de 395 d.C., ocasião da divisão do Império Romano em Oriental e Ocidental, medidas duras tomadas contra os astrólogos, levaram-nos a se refugiarem na Pérsia, onde novos centros culturais mantiveram o espírito grego e promoveram contato com outros povos dentre os quais os árabes.
NA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA
Os Maias e os Astecas cultivavam a Astrologia. No apogeu da civilização Maia, por volta de 500 d.C., Copán era uma cidade de sacerdotes, onde o monumento do caracol era utilizado para observações do Céu.
O culto ao milho, que simbolizava a renovação periódica das forças vitais, associado à adoração do Sol, era semelhante aos rituais que envolviam a cultura do trigo no Egito, na Caldéia e na Grécia.
Os conquistadores espanhóis no desejo de eliminar, de uma vez para sempre, o “paganismo” dos povos conquistados, destruíram objetos e manuscritos preciosos.
O MUNDO ARABE
A astrologia se difundiu amplamente entre os persas, sírios, árabes e turcos, integrando-se à cultura muçulmana. O período mais importante, a partir do século VII d.C. cobriu oito séculos, e a Astrologia tomou a designação de Julgamento das Estrelas.
Albumasar (805-885) com seu tratado “Introductorium in Astronomian”, traduzido depois na Europa, contribuiu para alicerçar o reflorescimento da Astrologia no Ocidente.
No campo da matemática, os árabes forneceram contribuições importantes à técnica astrológica (determinando com exatidão as casas intermediárias) e efetuaram o cálculo da data dos acontecimentos celestes, graças ao arco equatorial percorrido segundo o movimento diurno e desenvolveram o sistema das “partes” que em Ptolomeu tinha apenas uma única fórmula.
IDADE MÉDIA
Depois da queda definitiva do Império Romano do Ocidente (455), a Astrologia se manteve nas entrelinhas e a partir do século XI começou seu reflorescimento.
Entretanto foi o século XII, marcado por uma nova sede de saber, que propiciou a redescoberta de textos e autores gregos e proporcionou respeitabilidade à Astrologia, refletindo-se em sua inclusão dentre as sete Artes Liberais do Trivium e Quadrivium das novas universidades européias (Paris 1205, Pádua 1221, Oxford 1249, Lisboa 1290 etc…). Na época, a ciência dos astros formava uma unidade: scientia motus, a ciência dos movimentos = astronomia, e scientia judiciorum, a ciência dos julgamentos= astrologia, retomando a união antiga.
Santo Alberto Magno (1193-1280, dominicano de Colônia na Alemanha) considerava a Astrologia compatível com o Cristianismo porque admitia que os acontecimentos terrestres eram provocados pelo movimento dos corpos celestes, mas não o destino individual dos homens.
Também a medicina da época considerava a contribuição da Astrologia importante. Tratados como o “Temporal” do matemático Regiomontanus (1436-1476) e outro de Vila (David Ibn Bilia) continham instruções sobre os instantes mais favoráveis para tomar pílulas ou purgantes, fazer uma sangria, etc… Um médico que não soubesse Astrologia era considerado incompleto e as pessoas eram desaconselhadas à entregarem-se aos seus cuidados.
Entre 1450 e 1650 o saber astrológico conferia prestígio. Os nobres e soberanos possuíam astrólogos, todos médicos, que às vezes também serviam como embaixadores e conselheiros Carlos V. Carlos VI, Luis IX, o imperador Frederico III,etc… Até Papas como Inocêncio VIII e Paulo II abriram-se à técnica astrológica.
Neste período numerosas técnicas de detalhe foram aperfeiçoadas e a precisão aumentada.
O aparecimento da imprensa em 1453 e sua difusão beneficiou a Astrologia com a publicação da Ephemerides e das Tábuas de Casas.
A Astrologia teve grande importância na descoberta dos novos continentes. As tabelas elaboradas para o cálculo do movimento dos astros com fins astrológicos foram aquelas utilizadas para as navegações. Os astrólogos judeus da península ibérica ( séculos XII a XV) foram os principais responsáveis pela elaboração desta obras. A mais importante é o “Almanach Perpetuum” de Abraham Zacuto, que serviu aos reis Dom João II, e mais tarde Dom Manuel I ( rei em 1496) . Zacuto foi estimulado pelo Bispo de Salamanca. A obra de Zacuto contém os elementos necessários ao cálculo das latitudes.
Regiomontanus, Copérnico, Tycho Brahe, Galileu e Kepler, astrônomos conhecidos também eram astrólogos e Kepler, praticava a Astrologia com convicção, como comprovam os vários mapas desenhados por ele. Kepler afirmou que a nova concepção de Copérnico não afetava a Astrologia, em sua tese 40 (Tertius Interveniens) precisou que “se quisermos estudar a influência do meio cósmico sobre nós na Terra devemos considerar a configuração do Sistema Solar de acordo com nossa perspectiva. Este é o Céu que vivenciamos. Se estivéssemos em Saturno seria o Céu de Saturno”.
No começo do século XVII J.B. Morin (1583-1650) médico, matemático e astrólogo do Duque de Luxemburgo, contemporâneo de Descartes, abraçou a era cartesiana de método e análise. Escreveu a volumosa obra “Astrologia Gallica”, publicada em 1661 em latim, onde fez um balanço completo da Astrologia da época, e também revisou toda a técnica astrológica, mas sua maior importância está na elaboração de um método e de uma verdadeira técnica para a interpretação astrologica.
A partir do Discurso do Método de Descartes, 1637, a Astrologia começou a perder crédito nos meios científicos e em 1666 Colbert a proibiu na França, embora tenha permanecido em algumas universidades européias até o final do século XVIII.
Em 1710 a suspensão da impressão das Ephemerides e Tábuas de Casas contribuiu para o declínio da Astrologia, embora almanaques dirigidos ao grande público tenham continuado a ser editados na Inglaterra.
No final do século XIX (1889), o encontro do astrólogo Alan Leo (pseudônimo de W. F. Allen) com a sociedade Teosófica de Mme. Blavatsky promoveu o renascimento da Astrologia. Alan Leo fundou a primeira empresa astrológica e em 3 anos forneceu 20.000 mapas. Sua técnica fez escola difundindo-se, na Inglaterra e Estados Unidos.
Em 1900 despontou na França Paul Choisnard (1867-1930) engenheiro, que procurou relacionar a Astrologia tradicional, com as exigências de sua formação cientifica racional, elaborando pesquisas cientificas, pelo cálculo das probabilidades, e publicou mais de 20 obras. Entretanto a grande estatística astrológica foi desenvolvida a partir de 1949 pelo francês Michel Gauquelin, psicólogo e estatístico que dedicou 40 anos à pesquisa da correlação entre as posições da Lua, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno em relação ao horizonte e ao meridiano, com os nascimentos de certos grupos de pessoas que, se tornaram célebres. Gauquelin também pesquisou esta correlação quanto à hereditariedade. Tendo levantado cerca de 100.000 datas de nascimento publicou o resultado de suas pesquisas, que contaram com a colaboração de Françoise Gauquelin, em 27 monografias pelo “Laboratório de Estudos das Relações entre os Ritmos Cósmicos e Psicológicos”, criado pelos autores. Seu resultado é inegável, embora poucos cientistas o tenham aceito e como não eram astrólogos só nos últimos anos suas pesquisas foram incorporadas pelos profissionais de Astrologia.
Na década de 70 o advento dos computadores, possibilitou os estudos do americano Jim Lewis, que desenvolveu a astrolocalização criando o programa de Astrocartografia. Foi possível assim localizar os lugares da terra, nos quais os planetas em mapas de evento ou de nascimento estarão mais enfatizados.
Na década de 90 os italianos Ciro Discepolo e Luigi Mieli promoveram uma nova estatística, elaborada pelo “Departamento de Estatística da Universidade de Nápoles”, primeiro com 8000 datas e posteriormente atingindo 75.000, comprovando a forte tendência dos filhos nascerem com o Ascendente no mesmo signo onde o pai ou a mãe tem o Sol.
Mas, afinal, o que o mapa pode dizer de você?
Como qualquer outra ciência, a exemplo da meteorologia e da economia, algumas antecipações podem ser feitas, mas da seguinte forma: o astrólogo pode ler tendências, ciclos, mas nunca enxergar magicamente os fatos que ocorrerão em sua vida nem determinar os acontecimentos.
A principal função da astrologia não apenas a de previsão, mas também algo bem maior. O próprio nome do seu principal instrumento de trabalho esclarece: um mapa, mas não um mapa comum – um mapa do céu, para ajudá-lo a guiar-se com altitude diante de suas maiores dificuldades e, também, potenciais.
É difícil acreditar que as posições dos planetas têm alguma relação com a personalidade das pessoas. Antes de tudo, é preciso compreender que a Astrologia não é crença. Ninguém precisa acreditar que os astros influenciam a sua vida, mas entender que o universo inteiro é um único organismo e, como uma única célula é capaz de falar do corpo todo, assim também você pode falar do universo inteiro. Se você nasceu na hora em que o céu se manifestava da forma desenhada no seu mapa. Por isso, vale prestar muita atenção aos símbolos – estrelas, planetas e signos – que o céu desenhava no momento em que você veio ao mundo.
O que é um mapa astrológico:
Imagine uma fotografia de 360º em torno da Terra no exato momento em que você veio ao mundo: a posição dos planetas do sistema solar dentro dos signos do Zodíaco – que são como um cinturão rodeando a Terra – formaram um desenho único, simbolizando os vários planos da sua psique, a sua vida prática e realidade espiritual.
Para chegar a este desenho, é preciso desenvolver alguns cálculos, com base na sua data, hora e local de nascimento. Os dados tem de ser precisos porque, em apenas alguns minutos, este desenho celeste muda.
A DIVISÃO DE UM MAPA DO CÉU
Planetas: são os planos da psique, ou seja, descrevem as suas “porções emocionais”. Por exemplo, Vênus simboliza a sua sensibilidade e capacidade de dar e receber afeto; Marte é a energia, a força para batalhar e conquistar; Mercúrio representa sua forma de pensamento e articulação.
Signos: são conceitos nos quais os planetas se abastecem. Quando você diz que é de um determinado signo, está dizendo que tem o Sol neste signo e que sua consciência (plano emocional do Sol) está se abastecendo ali.
Casas Astrológicas: falam da sua vida prática. Tecnicamente, elas são linhas imaginárias que partem da Terra e cortam o céu em doze fatias. Cada uma delas fala de uma determinada área da vida. A primeira delas fala do “eu”, o temperamento e comportamento de alguém; a sétima, oposta à primeira, fala do “outro”, daquilo que uma pessoa precisa para complementar-se. A segunda mostra como a pessoa lida com seus valores, inclusive sua maneira de lidar com dinheiro. A quarta fala sobre a família, a sexta da profissão, e assim por diante, totalizando 12 casas, análogas aos 12 signos.
Na astrologia, a entrada do Sol no Áries significa o início do ano corrente, assim como em algumas tradições o Ano Novo é comemorado em ocasiões diferentes, comemoramos o Ano Novo Astrológico – início de um novo ano e de novas oportunidades.
Áries, o primeiro signo do zodíaco, é o primeiro representante da energia fogo, o que significa dizer que toda a natureza, incluindo os seres humanos, durante a época em que o Sol passa por esse signo, se torna mais “fogosa”, ou seja, mais vibrante, empreendedora, destemida. É como se uma pequena chama nascesse em nossos corações, consumindo os medos, criando novas certezas e iluminando nossa alma rumo à realização de nossos sonhos de um modo quase tão inocente quanto os primeiros passos de um bebê.
E época de aproveitar a energia propulsora representada pelo signo de Áries que nos impulsiona para a realização de nossos projetos de vida. Há uma certa urgência para que os acontecimentos se dêem de forma rápida e satisfatória.
O signo de Áries sugere a todos nós que o melhor a ser feito é sermos genuinamente como somos. Nada mais do que a auto-aceitação.
A mitologia na Astrologia
” No passado, atribuiu-se a cada planeta uma relação específica com um determinado signo signo do Zodíaco. A tabela que se seguia, não apresentava complicações, já que o Sol e a Lua eram regentes de um signo, cada um e os outros planetas regiam dois signos cada um. O primeiro dos três planetas modernos em ser descoberto, foi Urano, em 1791 por William Herschel. A sua influência foi notada gradualmente pelos astrólogos. Depois de várias controvérsias, aceitou-se que influência destrutiva de Urano e as mudanças súbitas estão relacionadas com Aquário. Neptuno, descoberto em 1846, acabou por ser associado ao inconstante signo de Peixes. E, Plutão descoberto nos Estados Unidos em fevereiro de 1930, ficou associado a Escorpião. Os planetas podem estar em “detrimento”, em “exaltação” ou em queda, se se situam nos signos que tradicionalmente conferem estas qualidades. Mas pode acontecer que numa carta natal, nenhum planeta esteja nestas posições. Quando um planeta está em “exaltação”, significa que está bem situado e que favorece o indivíduo e os seus efeitos são positivos. Se o planeta está em “detrimento”, isso significa que está mal situado e que a sua influência é menor, o que também acontece se o planeta estiver em queda.
PLANETAS
O SOL – No século V a. C., Apolo, filho de Zeus, foi associado com a força, a luz e a pureza do Sol. A serpente que matou, representa o frio do inverno, que desaparece ante a o seu brilho resplandecente. Regia as estações, era o deus da agricultura, guardador de rebanhos. Belo, simboliza o Homem, na sua forma mais elevada.
A LUA – Em regra geral a Lua era considerada feminina, mesmo quando os albanos e os frígios, a consideraram masculina e governada por um sacerdote. Foi associada com a castidade, a virgindade e com a maternidade. Não lhe foi erigido nenhum templo na Grécia antiga, mas sim dois, em Roma.
MERCÚRIO – Hermes grego, mensageiro dos deuses, foi associado com o comércio cerca do ano 495 a . C. E, pouco a pouco começou o seu culto pelos comerciantes e estendeu-se por várias cidades.
VÉNUS – Deusa romana da beleza e do crescimento da natureza, foi depois associada com Afrodite, deusa grega do amor, adorada com rituais que chegavam a ser repugnantes. Regia a sexualidade, a fertilidade e eventualmente a vida familiar, apesar de que ela, na sua juventude, não tivesse demonstrado respeito pela família.
MARTE – É essencialmente um deus romano, mas é associado com o deus grego da guerra, Aries. O principal centro de culto foi Roma, onde existiam dois templos, um dos quais no campo de treino militar, porque era o deus da guerra e , outro, onde se guardavam as suas lanças.
JÚPITER – É o deus romano mais importante, Zeus na mitologia grega. Tradicionalmente possuía todos os lugares que atingisse o seu raio; protegia as colheitas de uvas e estava relacionado com os juramentos, os tratados e as cerimónias matrimoniais mais antigas. É o símbolo da figura paterna e, em quase todas as cidades romanas existia um templo em sua honra. Os raios atingiam a Terra, vindos directamente dele e eram considerados os símbolos da sua majestade.
SATURNO – As mais divertidas festas romanas eram celebradas em honra de Saturno e eram o equivalente à celebração ocidental do Natal, que sofreu esta influência. Trocavam-se presentes, libertavam-se prisioneiros e os escravos eram servidos pelos seus donos. Saturno foi tradicionalmente considerado filho de Urano, que depois de castrar o pai, se converteu no senhor supremo da Terra, governando numa era dourada de amor e inocência.
URANO – No princípio dos tempos, a Mãe Terra deu à luz Urano (o Céu) que mais tarde foi o progenitor incestuoso da espécie humana. Entre os seus filhos, os Titãs, estava Cronos, conhecido como Saturno. Supõe-se que o mito de Urano é pré- helénico, provavelmente hitita. É geralmente representado por um velho desconcertado.
NEPTUNO – Originalmente foi um deus itálico das águas doces e no século IV a.C. foi associado a Poseidon e conhecido a partir desse momento como o deus dos mares. Com o tridente podia mandar na água dos oceanos e também era o deus dos navegantes e protector de todos os que viajavam por mar. As neptunálias celebravam-se a 23 de julho, para pedir a sua ajuda.
PLUTÃO – Plutão é um dos muitos nomes por que é conhecido Hades, deus do mundo subterrâneo. Filho de Cronos, participou com os seus irmãos num sorteio para dividir o Universo e ficou com a pior parte. Sem piedade, deus dos mortos, enfeita- se com ciprestes e narcisos e não se comove perante os sacrifícios. Possui a chave do mundo subterrâneo onde reina com a sua esposa, Proserpina. Era adorado como aquele que dá a riqueza.”